sexta-feira, 1 de outubro de 2021

6 CONCLUSÃO: A Universalidade do Espiritismo

Seria formar uma ideia falsa do Espiritismo acreditar que sua força esteja na prática das manifestações materiais e que, impedindo essas manifestações, pode-se desestruturá-lo em suas bases. Sua força está na sua filosofia e no apelo que faz à razão e ao bom senso.

Na Antiguidade, o conhecimento das coisas espirituais era objeto de estudos misteriosos, cuidadosamente escondidos do povo. Hoje, o Espiritismo não constitui segredo para ninguém; ele se utiliza de uma linguagem clara, sem ambiguidades. No Espiritismo, não existe nada de místico, nada de alegorias que possam gerar falsas interpretações. Ele quer ser compreendido por todos, porque chegou o tempo dos homem=ns conhecerem a verdade. 

Longe de se opor à divulgação do conhecimento, ele o revela para todos. Não exige uma crença cega, mas quer que o homem saiba porque acredita. Apoiando-se na razão, o Espiritismo será sempre mais forte do que as doutrinas que se apoiam no nada.

Os obstáculo que tentassem atrapalhar a liberdade das manifestações poderiam impedi-las de ocorrer? Não, porque produziriam o mesmo efeito de todas as perseguições, ou seja, o de estimular a curiosidade e o desejo de conhecer aquilo que foi proibido.

Por outro lado, se as manifestações espíritas fossem privilégio de um único homem, ninguém duvida que, pondo esse homem de lado, as manifestações acabariam. Infelizmente, para os adversários do Espiritismo, as manifestações estão ao alcance de todos, desde o homem mais simples até o mais sábio, desde o palácio até o mais humilde casebre, qualquer um pode a elas recorrer.

Pode-se proibir que as manifestações sejam feitas em público, mas sabe-se perfeitamente que não é em público que elas se produzem melhor, e sim reservadamente,. Ora, como qualquer pessoa pode ser médium, quem pode impedir que, numa família, no seu lar, um indivíduo, no silêncio do seu gabinete, o prisioneiro em sua cela, entrem em comunicação com os Espíritos, apesar da proibição dos seus opositores na presença deles?

Se as comunicações fossem proibidas em um país, poderiam ser proibidas nos países vizinhos, no mundo inteiro, uma vez que em todos os continentes existem médiuns? Para prender todos os médiuns, seria preciso prender a metade da população humana. Mesmo que conseguissem queimar todos os livros espíritas, o que não seria fácil, no dia seguinte, eles já estariam reproduzidos, porque o autor dos livros são os próprios Espíritos, e estes não podem ser queimados, nem colocados na prisão.

O Espiritismo não é obra de um homem. Ninguém pode dizer que é o seu criador, pois ele é tão antigo quanto a Criação. Ele é encontrado por toda a parte, em todas as religiões e, principalmente, na religião católica, porque no catolicismo se encontram os mesmos princípios que existem no Espiritismo: os Espíritos de todos os graus de evolução, suas relações ocultas e ostensivas com os homens, os anjos da guarda, a reencarnação, a emancipação da alma durante a vida, a dupla vista, as visões, as manifestações de todos os gêneros, as aparições e até mesmo as aparições tangíveis, ou seja, as materializações.

Com relação aos demônios, eles não passam de Espíritos maus. Não existe diferença entre eles e os demais Espíritos, porque os demônios não foram criados para fazer eternamente o mal, conforme erroneamente se acredita; o caminho do progresso não está proibido para eles. Sendo assim, a diferença entre os demônios e os outros Espíritos está apenas no nome.

O que faz a moderna Ciência Espírita? Reúne num ensinamento único o que estava disperso. Explica com termos apropriados o que só se conhecia em linguagem figurada; suprime tudo aquilo que a superstição e a ignorância haviam criado, para deixar somente o que é real e positivo; eis o papel da Ciência Espírita; mas não lhe cabe o papel de fundadora.

Ela revela o que existe, coordena, mas não cria nada, porque as suas bases estão em todos os tempos e em todos os lugares. Portanto, quem ousaria se acreditar forte o suficiente para abafá-la com deboches e até mesmo com perseguições? Se a proíbem num lugar, renasce em outros, no próprio terreno de onde a expulsaram, porque a Doutrina Espírita está na Natureza e não é permitido ao homem destruir uma força da Natureza, nem ir contra os decretos de Deus.

Aliás, que interesse haveria em se impedir a propagação das ideias espíritas? Essas ideias, é bem verdade, se opõem aos abusos que nascem do orgulho e do egoísmo. Porém, esses abusos, de que alguns se aproveitam, prejudicam a coletividade humana. Portanto, o Espiritismo terá as coletividades a seu favor e por adversários sérios apenas aqueles que têm interesse na manutenção desses abusos.

As ideias espíritas, pela influência que exercem, são uma garantia da ordem e da tranquilidade, pois tornam os homens melhores uns para com os outros; fazem com que eles se interessem menos pelas coisas materiais e sejam mais resignados aos decretos de Deus.

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