segunda-feira, 19 de setembro de 2016

Assim como Deus, a matéria existe desde toda a eternidade, ou foi criada por Ele em um determinado instante?



Espírito e Matéria

21. Assim como Deus, a matéria existe desde toda a eternidade, ou foi criada por Ele em um determinado instante?

Somente Deus o sabe. Entretanto, existe uma coisa  que o homem deve compreender: é que Deus, modelo de amor e caridade, jamais esteve inativo. Por mais distante que se consiga imaginar o início de Sua ação, será que é possível imaginá-Lo, um segundo sequer, na ociosidade?

O Livro dos Espíritos | Allan Kardec | Por Claudio Damasceno Ferreira Junior | Capítulo 2 | Páginas 83 | Editora BesouroBox | Nova Edição | Moderna e de Fácil Leitura

sábado, 10 de setembro de 2016

Elementos Gerais do Universo: Conhecimento do Princípio das Coisas



17. é permitido ao homem conhecer o princípio das coisas?
Não. Deus não permite que tudo seja revelado ao homem aqui na Terra.

18. No futuro, o homem terá acesso ao mistério das coisas que lhe são ocultas?
Terá acesso, à medida que se eleve moralmente; mas, para compreender outras coisas, precisará de faculdades que ainda não possui.

19. Através das investigações científicas, pode o homem desvendar alguns segredos da Natureza?
A Ciência foi dada ao homem para que ele se desenvolva em todos os campos, mas ele não pode ultrapassar os limites fixados por Deus.

Comentário de Kardec: Quanto mais o homem penetra, pelo seu conhecimento, nesses mistérios, maior é a sua admiração pelo poder e pela sabedoria do Criador. Mas, seja por orgulho ou por fraqueza, sua própria inteligência faz com que ele se iluda.

Acumula muito conhecimento, mas, a cada dia que passa, verifica quantos erros tomou por verdades e quantas verdades rejeitou como erros. Assim, a cada dia, acrescenta mais decepções ao seu orgulho.

20. Além das investigações científicas, é permitido ao homem receber comunicações de ordem mais elevada sobre aquilo que não está ao alcance dos seus sentidos?
Sim, se Deus julgar útil, pode revelar ao homem o que a Ciência não consegue captar em suas pesquisas.

Comentário de Kardec: Através dessas comunicações, de ordem superior, é que o homem obtém, dentro de certos limites, o conhecimento do seu passado e da sua destinação futura.

O Livro dos Espíritos | Allan Kardec | Por Claudio Damasceno Ferreira Junior | Capítulo 2 | Páginas 82 | Editora BesouroBox | Nova Edição | Moderna e de Fácil Leitura

segunda-feira, 5 de setembro de 2016

Deus


  • Deus e o Infinito 
  • Provas da Existência de Deus
  • Atributos da Divindade 
  • Panteísmo


Deus e o Infinito____________________

1. Que é Deus? 
Deus é a inteligência suprema, causa primeira de todas as coisas.

2. O que devemos entender por infinito? 
Aquilo que não tem começo nem fim; o desconhecido. Tudo o que é desconhecido é infinito.

3. Poderíamos dizer que Deus é o infinito?
A definição é incompleta e decorre da pobreza da linguagem dos homens, que é insuficiente para definir as coisas que estão acima da sua inteligência.

Comentário de Kardec: Deus é infinito em Suas perfeições, mas o infinito é algo que a razão humana não pode alcançar, pois existe somente no domínio das ideias. Dizer que Deus é o infinito é tentar defini-Lo utilizando apenas uma de suas qualidade dentre todas as outras. É definir uma coisa que não é conhecida por outra igualmente desconhecida.

Provas da Existência de Deus__________

4. Onde podemos encontrar a prova da existência de Deus?

Num princípio utilizado pela Ciência: toda causa produz um efeito. Procura a causa de tudo o que não é obra do homem e a sua razão lhe responderá.

Comentário de Kardec: Para acreditar em Deus, basta ao homem observar as obras da Criação. O Universo existe, logo tem uma causa. Duvidar da existência de Deus seria negar que todo efeito é consequência de uma causa. É admitir que o "nada" possa ter feito alguma coisa.

5. Que conclusão podemos tirar do sentimento intuitivo que todos os homens têm da existência de Deus?

A conclusão que podemos tirar é a de que Deus existe; senão de onde os homem tirariam esse sentimento se ele não tivesse uma base? É, ainda, uma decorrência do princípio de que "não há consequência sem que existe uma causa".

6. O sentimento íntimo que temos da existência de Deus não seria fruto da educação e o resultado de ideias adquiridas?

Se fosse assim, por que os selvagens teriam também esse sentimento?

Comentário de Kardec: Se o sentimento íntimo da existência de um Ser Supremo fosse o produto de um ensinamento, não seria Universal. Somente existiria naqueles que tivessem recebido o ensinamento, assim como acontece com os conhecimentos científicos.

7. A causa primeira da formação das coisas pode ser encontrada nas propriedades íntimas da matéria?

Mas, então, qual seria a origem das propriedades íntimas da matéria? Sempre é preciso uma inteligência eficaz que dê origem ao que ainda não existe; uma causa primeira.

Comentário de Kardec: Atribuir a origem das coisas às propriedade íntimas da matéria seria o mesmo que dizer que a consequência vem antes da causa que gera. Essas propriedades íntimas também são uma consequência que deve ter uma causa.

8. O que pensar da opinião daqueles que atribuem a formação primeira das coisas a uma combinação acidental e inesperada da matéria, ou seja, ao acaso?

Outro absurdo! Que homem de bom senso pode considerar o acaso como um ser inteligente? Aliás, o que é o acaso? Nada!


Comentário de Kardec: A harmonia que regula as forças do Universo baseia-se em combinações e objetivos definidos, revelando, assim, um poder inteligente. Atribuir a formação primeira das coisas ao acaso é uma insensatez, pois o acaso é cego e não pode produzir efeitos inteligentes. Um "acaso" inteligente já não seria mais um "acaso".

9. Onde é possível ver, na causa primeira, uma inteligência Suprema e superior a todas as outras?

Existe um provérbio que diz: "Pela obra, se reconhece o autor". Olhem a obra e procurem o autor. É o orgulho que produz a incredulidade. O homem orgulhoso não admite nada acima de si mesmo, e é por isso que ele se considera um Espírito forte. Pobre ser, que um sopro de Deus pode abater!

Comentário de Kardec: Julga-se a capacidade de uma inteligência pelas obras que ela realiza. Como nenhum ser humano pode criar o que a Natureza produz, a causa primeira, por consequência, só pode estar numa Inteligência Superior à do homem.
Sejam quais forem os prodígios realizados pela inteligência humana, essa inteligência também tem uma causa primeira. Deus é essa Inteligência Superior e também é a causa primeira de todas as coisas, seja qual for o nome que o homem queira lhe dar.

Atributos da Divindade______________

10. O homem pode compreender a natureza íntima de Deus?

Não, ele ainda não tem a capacidade necessária para compreender isso.

11. Quando será possível ao home compreender o mistério da Divindade?

Ele compreenderá quando atingir a perfeição, através de sua evolução. Quando isso ocorrer, seu espírito não estará mais obscurecido pela matéria, e ele poderá ficar mais próximo de Deus. Então, ele O verá e O compreenderá.


Comentário de Kardec: A inferioridade das faculdades do homem não lhe permite compreender a natureza íntima de Deus. Devido ao pequeno entendimento que possui de si mesmo e das coisas que o cercam, o homem confunde o Criador com a criatura, e atribui a Deus as imperfeições da criatura. Porém, à medida que o seu senso moral se desenvolve, seu pensamento compreende melhor a essência das coisas. Então, a respeito de Deus, ele faz uma ideia mais justa e mais de acordo com a razão, embora sempre incompleta.

12. Já que o homem não consegue compreender a natureza íntima de Deus, ele pode ter ideia de algumas de Suas perfeições?

Sim, de algumas; ele as entrevê pelo pensamento. À medida que o homem desenvolve sua inteligência e sua moral, ele compreende melhor as perfeições do Criador.

13. Quando dizemos que Deus é eterno, infinito, imutável, imaterial, único, todo-poderoso, soberanamente justo e bom, não temos uma ideia completa de Suas perfeições?

Do ponto de vista do homem, sim, porque ele acredita abranger tudo. Existem coisas que estão acima da inteligência do homem mais inteligente e para as quais a linguagem humana, limitada em suas ideias e sensações, não possui termos adequados para expressar.

A razão diz que Deus deve possuir todas essas perfeições em grau supremo, poque se uma Lhe faltasse ou não fosse infinita, Ele já não seria superior a tudo e, por consequência, não seria Deus. Por estar acima de todas as coisas, Deus não pode estar sujeito às instabilidades e nem às imperfeições que a imaginação possa conceber.

Comentário de Kardec: DEUS É ETERNO, pois se Ele tivesse tido um começo teria saído do nada, ou teria sido criado por um ser anterior. É assim que, pouco a pouco, remontamos à ideia de infinito e eternidade.
É IMUTÁVEL, pois se Ele estivesse sujeito a mudanças, as Leis que regem o Universo não teriam nenhuma estabilidade.
É IMATERIAL, ou seja, Sua natureza difere de tudo o que chamamos matéria. Se não fosse assim, Ele não seria imutável, porque estaria sujeito as transformações da matéria.
É ÚNICO, pois se houvesse outros deuses, não haveria uniformidade de objetivos nem uniformidade de poder na ordenação do Universo.
É TODO-PODEROSO, poque é único. Se não tivesse o poder soberano, haveria algo mais poderoso ou tão poderoso quanto Ele. Assim, não teria feito todas as coisas e, as que não tivesse feito, seriam obras de um outro deus.
É SOBERANAMENTE JUSTO E BOM. A sabedoria providencial das Leis Divinas se revela tanto nas maiores como nas menores coisas, e essa sabedoria não nos permite duvidar da Sua justiça, nem da Sua bondade.

Panteísmo____________________

Observação
Doutrina Panteísta: Acredita ser Deus o próprio Universo, pelo qual o indivíduo, após sua morte, seria absorvido por esse mesmo Universo. (do grego "pan" que significa "tudo", e "theus" que significa "Deus").

 14. Deus é um ser distinto, à parte, ou seria, segundo a opinião de alguns, o resultado da reunião de todas as forças e de todas as inteligências do Universo?

Se Deus fosse o resultado de alguma coisa, Ele não existiria porque seria a consequência e não a causa; Ele não pode ser, ao mesmo tempo, causa e consequência. O essencial é que Deus existe; disso, os homens não devem duvidar e nem ir além para não se perderem num labirinto do qual não poderão sair.

Essa procura não tornaria os homens melhores, mas, talvez, um pouco mais orgulhosos, porque eles acreditariam saber quando, na realidade, nada sabem. Os encarnados deveriam deixar de lado essas buscas inúteis; existem outras coisas muito mais importantes para que eles possam evoluir; deveriam estudar as suas próprias imperfeições, a fim de livrarem-se deles; isso lhes será muito mais útil do que quererem penetrar o que é impenetrável.

15. O que pensar da opinião segundo a qual todos os corpos da natureza, todos os seres, todos os orbes, do Universo seriam partes da Divindade e constituiriam, em conjunto, a própria Divindade, ou seja, o que pensar da Doutrina Panteísta?

O homem, não podendo tornar-se Deus, quer, pelo menos, ser uma parte Dele.

16. Os que acreditam na Doutrina Panteísta pretendem encontrar, nela, alguns dos atributos de Deus. Sendo infinitos os mundos, Deus também o é; não existindo o vazio ou o nada, Deus está por toda parte; sendo tudo parte integrante de Deus, Ele dá a todos os fenômenos da natureza uma razão de ser inteligente. O que pode se opor a esse raciocínio?

A razão. Basta fazer uma reflexão madura e não será difícil reconhecer o absurdo dessa doutrina.

Comentário de Kardec: A Doutrina Panteísta faz de Deus um ser material que, embora dotado da suprema inteligência, seria numa escala maior, o que somos numa escala menor.
Como a matéria se transforma sem parar, se essa doutrina fosse verdadeira, Deus não teria nenhuma estabilidade. Estaria sujeito a todas as mudanças e variações e a todas as necessidades próprias da Humanidade; ainda assim, faltaria a Ele um dos atributos essenciais da Divindade: a imutabilidade.
Não podemos juntar as propriedades da matéria com a essência de Deus, se, com isso, rebaixá-Lo em nossa compreensão. Todos os argumentos utilizados não conseguirão explicar a natureza íntima de Deus.
Não sabemos tudo o que Deus é, mas sabemos o que Ele não pode deixar de ser, e a Doutrina Panteísta está em contradição com as propriedades mais essenciais de Deus. ela confunde o Criador com a criatura, exatamente como se quiséssemos que uma máquina fosse parte integrante do Mecânico que a criou.
A inteligência de Deus se revela em Suas obras, assim como a de um pintor em seus quadros; mas, as obras de Deus não são o próprio Deus, assim como os quadros não são o próprio pintor que os concebeu.

O Livro dos Espíritos | Allan Kardec | Por Claudio Damasceno Ferreira Junior | Capítulo 1 | Páginas 75 a 81 | Editora BesouroBox | Nova Edição | Moderna e de Fácil Leitura

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