quarta-feira, 6 de outubro de 2021

1 CONCLUSÃO: A Dificuldade de Acreditar no Espiritismo

Aquele que do magnetismo terrestre conhecesse apenas o brinquedo dos patinhos imantados, que nadam numa bacia com água sob a ação de um ímã, dificilmente poderia compreender que essa brincadeira encerra o segredo do mecanismo do Universo e do movimento dos planetas.

O mesmo acontece com aquele que conhece do Espiritismo apenas o movimento das mesas girantes. Nelas vê apenas uma diversão, um passatempo da sociedade, sem compreender que esse fenômeno tão simples e comum, conhecido na Antiguidade e até mesmo pelos povos semisselvagens, possa ter alguma ligação com as questões da maior importância par a ordem social.

Realmente, para um observador superficial, que relação pode ter uma mesa que gira com a moral do futuro da Humanidade? Mas, aquele que pensa, se lembra que da simples panela que ferve s água e levanta a tampa com a pressão do vapor, fato também conhecido na Antiguidade, saiu o potente motor a vapor, que transporta os homens e encurta as distâncias.

Aqueles que não acreditam em nada fora do Mundo Material devem saber que, da mesa que se move e causa sorrisos de desprezo, saiu toda uma Ciência e a solução de vários problemas que nenhuma filosofia até então tinha conseguido resolver. Convido a todos os adversários de boa-fé que me digam se ao menos se deram ao trabalho de estudar aquilo que criticam.

A lógica ensina que a crítica apenas tem valor quando o crítico conhece o assunto que critica. Zombar de uma coisa que não se conhece, que não se pesquisou com o critério do observador consciencioso, não é criticar, é dar prova de leviandade e de falta de critério para exercer o julgamento.

Certamente, se tivéssemos apresentado essa filosofia como obra de um cérebro humano, ela teria encontrado menos desprezo e teria tido a honra de ser examinada por aqueles que pretendem dirigir a opinião pública. Mas a obra vem dos Espíritos! Que absurdo! Mal lhe dispensam um simples olhar.

Julgam a obra apenas pelo título, como o macaco da fábula julgava a noz pela casca. Se quiserem, ignorem a origem da obra; imaginem que este livro tenha sido escrito por um homem e digam de sã consciência, se após a leitura séria de "O livro dos Espíritos", encontraram nele algum motivo para zombaria.


Observação

Mesas Girantes: No capítulo 3, da introdução, Allan Kardec trata das mesas girantes que, entre outras coisas, colaboraram decisivamente para que este livro fosse escrito.

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