domingo, 10 de outubro de 2021

1017. Alguns Espíritos disseram estar habitando o quarto, o quinto Céu, etc. O que eles queriam dizer com isso?

Se os homens perguntam aos Espíritos qual o Céu que eles habitam, é porque fazem a ideia de vários Céus sobrepostos, como os andares de uma casa. Então, eles respondem conforme a linguagem de quem pergunta.

Para os Espíritos, as palavras, quarto e quito Céu correspondem a diferentes graus de purificação e, por consequência, diferentes graus de felicidade. É a mesma coisa que perguntar a um Espírito se ele está no inferno; se for infeliz, dirá que sim, porque o inferno, para ele, é sinônimo de sofrimento, embora saiba perfeitamente que não se trata de uma fornalha. Se for um pagão, dirá que está no Tártaro.

Observação

Tártaro: Ver explicação após o comentário de Kardec, depois da pergunta n° 1009.

Pagão: É todo aquele que segue uma religião politeísta, ou melhor, religião onde se adoram vários deuses.


Comentário de Kardec: Com a expressão, quarto e quinto Céu, dá-se a mesma coisa que com outras expressões semelhantes, tais como: cidade das flores, cidade dos eleitos, primeira, segunda ou terceira esfera, etc., que são expressões usadas por alguns Espíritos, quer utilizando-as como figuras, quer por ignorância da realidade das coisas e até mesmo por desconhecimento das mais simples noções científicas.

Antigamente, a ideia dos lugares de sofrimentos e recompensas era muito restrita. Naquela época, a Terra era o centro do Universo; o Céu formava uma abóbada na qual havia uma região com estrelas; colocava-se o Céu em cima e o Inferno embaixo. Daí as expressões: subir ao Céu, estar no mais alto dos Céus, cair no inferno.

A Ciência demonstra, hoje, que a Terra é um dos menores planetas, entre tantos milhões de outros e sem nenhuma importância especial. A Ciência também traçou a história da formação da Terra e descreveu de que forma ela é constituída, provando que o espaço é infinito e que não existe nem alto, nem baixo no Universo.

Assim, torna-se necessário renunciar a ideia de colocar o Céu acima das nuvens e o Inferno nos lugares mais baixos. Quanto ao purgatório, nenhum lugar lhe foi designado. Estava reservado ao Espiritismo dar, sobre todas essas coisas, a explicação mais racional, mais grandiosa e, ao mesmo tempo, a mais consoladora para a Humanidade.

Assim, podemos dizer que cada um carrega o seu próprio inferno e o seu próprio paraíso. Podemos afirmar, ainda, que encontramos o nosso purgatório quando estamos encarnados, vivendo em corpo físico.

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