quarta-feira, 29 de setembro de 2021

8 CONCLUSÃO: A Utilidade do Ensinamento Moral do Espiritismo

Algumas pessoas perguntam se os Espíritos nos ensinam uma nova moral, alguma coisa superior ao que o Cristo nos ensinou? Se a moral dos Espíritos é a mesma doo Evangelho, para que serve o Espiritismo? Esse raciocínio se parece muito com aquele do Califa Omar, referindo-se à Biblioteca de Alexandria: "Se ela não contém mais do que aquilo que está no Alcorão, ela é inútil e, portanto, deve ser queimada; se ela contém coisa diversa, é nociva, logo, também deve ser queimada.".

Não, o Espiritismo não contém uma moral diferente daquela que Jesus veio nos ensinar. Mas, perguntamos, por nossa vez: Antes do Cristo, os homens não tinham a Lei de Deus trazida por Moisés? A doutrina do Cristo não se acha contida nos dez mandamentos? Por isso, se dirá que a moral de Jesus era inútil?

Perguntaremos, ainda, para aqueles que negam a utilidade da Moral Espírita: Por que a moral do Cristo é tão pouco praticada? Por que, justamente aqueles que proclamam a sua sublimidade são os primeiros a violar a primeira das Leis: a caridade universal? Os Espíritos vêm hoje, não apenas confirmar a moral cristã, mas também mostrar a sua utilidade prática.

Eles tornam inteligíveis e claras as verdades que tinham sido ensinadas apenas de forma alegórica. E, ao lado da moral, vem nos trazer a definição dos problemas mais abstratos da psicologia.

Jesus veio mostrar aos homens o caminho do verdadeiro bem. Por que Deus, que enviou Jesus para fazer com que a Humanidade se lembrasse da Sua Lei que estava esquecida, não enviaria, hoje, os Espíritos para lembrá-la novamente e com maior precisão, justo agora que os homens a esquecem para dedicar tudo ao orgulho e à ambição? Quem ousaria impor limites ao poder de Deus e lhe determinar caminhos?

Quem nos diz que os tempos preditos não são chegados, como afirmam os Espíritos, e que não alcançamos os tempos em que as verdades mal compreendidas ou erroneamente interpretadas sevam ser abertamente reveladas à Humanidade para que esta apresse o seu adiantamento? Será que não existe algo de providencial nessas manifestações que se produzem simultaneamente por todas as partes da Terra?

Não é apenas um homem, um profeta que nos vem advertir. O conhecimento chega de todas as partes. É todo um mundo novo que se abre aos nossos olhos. Assim como a invenção do microscópio nos rvelou o mundo dos infinitamente pequenos, de que nós seque suspeitávamos; assim como o telescópio nos revelou milhares de mundos cuja existência nós também não suspeitávamos antes, as comunicações espíritas revelam a existência de um mundo invisível que nos rodeia e cujos habitantes participam incessantemente, sem o nosso consentimento, de tudo o que fazemos.

Mais algum tempo ainda e a existência desse mundo invisível, que espera o homem após o seu desencarne, será tão real quanto o mundo microscópico e os mundos que giram no espaço. Será, então, que de nada valerá os Espíritos terem nos revelado a existência de um mundo invisível e nos terem iniciado nos mistérios da vida além da morte?

É verdade que essas descobertas, se assim podemos chamar, contrariam, de algum modo, certas ideias pré-estabelecidas. Mas não é igualmente verdade que todas as grandes descobertas da Ciência também modificaram e até mesmo derrubaram as ideias que até então predominavam? E o nosso amor-próprio não teve que se curvar diante da evidência? O mesmo acontecerá com o Espiritismo, que dentro de pouco tempo fará parte dos conhecimentos humanos.

As comunicações com os Espíritos que já desencarnaram tiveram por resultado fazer com que o homem compreendesse a vida futura como sendo uma realidade; fizeram com que ele se preparasse para sofrimentos e prazeres que o esperam segundo os seus méritos. A comunicação com os Espíritos também encaminhou para o espiritualismo aqueles que viam no homem apenas uma matéria, uma máquina organizada.

Assim, estávamos com a razão quando afirmamos que o Espiritismo derrotou o Materialismo por meio de fatos. Se ele tivesse produzido apenas esse resultado, a sociedade já lhe deveria muita gratidão. Entretanto, o Espiritismo faz mais: mostra os inevitáveis efeitos do mal e, consequentemente, a necessidade do bem. O número de pessoas que ele conduziu a sentimentos melhores, neutralizando as más tendências e desviando-as do mal, é muito maior do que se pensa e cresce todos os dias.

Para essas pessoas, o futuro deixou de ser uma coisa vaga. Já não é mais uma simples esperança, mas uma realidade que se compreende e se explica, quando vemos e ouvimos, através das comunicações espíritas, aqueles que já desencarnaram lamentarem-se ou mostrar a sua felicidade pelo que fizeram na Terra. Todo aquele que tem a oportunidade de testemunhar as comunicações espíritas é levado a refletir e sente necessidade de se conhecer, de se julgar e de se modificar.


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